Universitários movimentam mercado imobiliário de Florianópolis
Exorbitante foi a palavra usada por uma gerente imobiliária para definir a busca por imóveis nas proximidades da UFSC e Udesc, em Florianópolis, cerca de dois meses antes das aulas começarem. Entre as ofertas, os apartamentos de dois quartos localizados ao lado das universidades são os mais procurados pelos alunos. Gerentes e corretores imobiliários facilitam a contratação para os novos moradores, mas ressaltam que, para não perder a reserva do imóvel, a família deve reunir os documentos necessários antes de viajar à capital catarinense.
"A localização do imóvel é o fator mais analisado, seguido das condições da moradia. Devido à demanda alta por apartamentos, o preço vai ser apenas o terceiro item verificado pelos pais" conta Scheila Schwingel, gerente de locação da Regente Imóveis, que aceita o estudante como locatário sem a necessidade de comprovação de renda, caso seja apresentada sua matrícula da universidade.
A grande procura por imóveis, iniciada antes mesmo da divulgação dos classificados no vestibular, exige dos universitários planejamento na hora de buscar casas e apartamentos. Thais Thiesen, da Guerreiro Imóveis, alerta que eles devem reunir todos os documentos exigidos pela imobiliária antes de viajar para a Capital, já que alguns são demorados e o atraso na entrega pode inviabilizar a locação do imóvel.
"Se o estudante tem intenção de alugar um apartamento e vem de fora, deve trazer a matrícula atualizada dos imóveis do fiador. Existe cartório que leva até quatro dias úteis para entregá-lo, então ter isso em mãos ajuda", diz.
Em quase todas as imobiliárias, o locatário precisa ter uma renda três vezes maior do que o valor do aluguel. Para os fiadores, as exigências são maiores: três vezes o valor do aluguel e, pelo menos, um imóvel quitado no seu nome. Edvaldo Rocha Cabral, corretor de imóveis da Trindade Imobiliária, explica que 90% dos imóveis ofertados pela empresa são destinados a universitários — que têm como locatários os pais.
"São os casos em que menos temos inadimplência, porque o pai é quem está pagando o imóvel. Se estragar alguma coisa, eles pagam. O boleto do aluguel vai direto para os pais", explica.
A mãe de Jean Carlos Arceno, futuro estudante de engenharia eletrônica da UFSC, alugou nos primeiros dias de janeiro um apartamento de um quarto para o filho. De acordo com Arceno, o imóvel foi escolhido porque era recém-lançado e próximo da universidade. O preço do aluguel estipulado pela imobiliária, um total de R$ 1,2 mil mensais, e a exigência de um fiador com dois imóveis quitados na Grande Florianópolis não fez com que a família desistisse do imóvel.
"Se é tanta burocracia, com certeza a imobiliária já teve problema com locatários. Mas poderiam aceitar imóveis de outros lugares, não apenas da região", comenta.
Preste atenção
O QUE ANALISAR
Checar os documentos que as imobiliárias pedem para a locação da casa ou do apartamento e providenciá-los. Adiantar essa etapa é importante, pois, uma vez feita a reserva do imóvel, o interessado tem, geralmente, 24 horas para começar a entrega da documentação.
Ligar para as imobiliárias e se informar se elas aceitam o estudante como locatário. Nesses casos, será necessário apenas a comprovação de renda do fiador.
Um documento que costuma gerar confusão é a matrícula do imóvel, que deve ser providenciada pelo fiador. O documento tem validade de 30 dias e pode demorar quatro dias até que o cartório a entregue. Ao invés de enviar à imobiliária a matrícula, muitas pessoas entregam a escritura do imóvel, que não é aceita por ser desatualizada.
OS PREÇOS
Quitinetes a partir de R$ 450
Apartamentos de um quarto custam a partir de R$ 700
Apartamento de três quartos podem chegar a R$ 2,5 mil
Bairros: Carvoeira, Córrego Grande, Itacorubi, Pantanal, Serrinha e Trindade. As três imobiliárias consultadas possuem, ao todo, 285 imóveis para locação nestes bairros