Mercado imobiliário visa ganhos com aluguel em eventos esportivos

O mercado imobiliário está em alta nas cidades que vão receber os jogos da Copa do Mundo e das Confederações. Alugar a própria casa virou uma boa chance para ganhar em dólar.

Só faltou a mensagem de boas-vindas em inglês. Virgínia Duval espera clientes estrangeiros que busquem hospedagem em Belo Horizonte para a Copa do Mundo. O apartamento dela com dois quartos, mobiliado, perto do Mineirão, está anunciado por 200 dólares a diária, por pessoa. “Não me importo de receber em moeda assim estrangeira, não, até prefiro”, diz.

Na hora de definir o preço a ser cobrado, tem muita gente copiando as estratégias das corretoras de imóveis, que pesquisam o valor de diárias de hotel. Dependendo do perfil do cliente, baseiam-se até na cotação do aluguel comercial da região.

A expectativa de ganhar um bom dinheiro em um período curto de tempo, como o da Copa das Confederações, fez um casal começar a preparar as malas. “Só vamos tirar as roupas, as coisas que, assim que nós formos, precisar mesmo. O restante a gente deixa”, afirma o empresário Wemerson Moreira de Andrade.

Wemerson e a vendedora Norma do Carmo Sfalcin vão alugar o imóvel de cobertura do jeito que está. O valor é de R$ 50 mil por uma temporada de 30 dias. “Acho que essa é a hora de poder quitar o apartamento”, diz Norma.

O número de anúncios na internet não para de crescer. Em um site que oferece imóveis de aluguel por temporada em 192 países, o número de anúncios brasileiros quase triplicou neste ano, mas a quantidade de contratos fechados no país vai depender muito da oferta e da procura. Mais de 100 hotéis serão construídos nas cidades-sedes até a Copa do Mundo de 2014, segundo o Ministério do Turismo.

Se a concorrência apertar, Wemerson já sabe que estratégia adotar. “Talvez a pessoa que alugar aqui precise, assim, de contratar um guia turístico. Não precisa: eu mesmo faço isso”, afirma.